• Artigo de Margarida Paes Delgado, engenheira agrônoma

Definimos como agricultura dos desiguais pois, em pouco mais de meio século, a relação entre a produtividade da agricultura menos produtiva do mundo era praticada exclusivamente com ferramentas manuais como enxada, pá, facão, foice e alguns implementos de tração animal, no qual demorava muito tempo para fazer o preparo do solo, plantio e colheita.  Atualmente a agricultura tem a seu favor a tecnologia avançada através de maquinários e implementos cada vez mais potentes. A utilização de normas conservacionistas de correção de solo e adubação equilibrada e os tratos fitossanitários cada vez mais avançados. Contamos com recurso disponíveis dos melhoramentos genéticos, isto faz com que a produção e produtividade atinja patamares significativos tanto na produção vegetal como na produção animal. 

A demanda por alimentos no mundo cresce diariamente, pois a população mundial cresce de forma consideravelmente ampla e o consumo também pelas pessoas que querem alimentos de melhor qualidade.

Na nossa região de Engenheiro Coelho (SP), há mais ou menos dez anos nos deparamos com muitas mudanças na forma de produzir os alimentos, num local onde a agricultura na sua maior parte é formada por pequenos e médios agricultores, os quais em sua maioria, sobreviviam da citricultura. Era um trabalho que respondia de forma satisfatória, sendo viável economicamente, por muitos anos nossa região foi um parque citrícola, mas com o aparecimento de doenças incontroláveis foi diminuindo o plantio e houve a migração para outras culturas.

No momento atual a região se encontra com grande área de plantio de cana de açúcar e soja,  por médios e pequenos agricultores, pois, muitos não conseguem subsistir cultivando suas áreas, então, arrendam para as grandes empresas agrícolas. 

Os agricultores que tentam permanecer no campo tem que buscar novas alternativas que sejam economicamente viável e também tem que aprimorar seus conhecimentos. Este agricultor tem que ousar em suas funções buscando agregar valores aos seus produtos, inovar, criar novas formas de entrar no mercado, ou seja, buscar um diferencial com produtos orgânicos e agroecológicos com a elaboração diferenciada de vendas para encontrar espaço e permanecer na atividade. 

A migração da citricultura abriu novos espaços para a produção em viveiros e telados com plantio de hortaliças e flores, plantios de gramas e capins para produção de feno. Há também um avanço na venda de silagem, dentre as frutíferas sobressai o plantio de abacate; está ocorrendo  diversificações e a aceitação de aprimoramento por parte destes agricultores. Outro segmento que tende a aumentar é o turismo rural.

As políticas públicas de crédito rural auxiliam esses agricultores ao disponibilizar um longo prazo para o pagamento, com taxas de juros menores, facilitando a aquisição de máquinas e implementos e também custear o plantio, a fertilização e o trato fitossanitário da lavoura. Os agricultores contam também com o seguro rural, que se faz mais necessário, pois o desequilíbrio ambiental é uma preocupação constante diante dos dados climáticos que nos mostram mudanças cada vez mais rigorosas. Assim, vai se sobrevivendo toda esta população rural.

Ao homem do campo, seja ele pequeno ou grande produtor, o nosso agradecimento pelo alimento que nos nutre, nossa saudação com amor e respeito. Permaneçam sempre, pois nossas vidas depende de vocês!


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