O bairro das Areias, em Limeira (SP), tradicionalmente agrícola, com lavouras de citros, cana, eucalipto, pasto, atividades exclusivamente ligadas ao modo de vida rural, com o passar do tempo sofreu a influência da urbanização da cidade vizinha, Americana (SP), separados apenas pelo Rio Piracicaba, com ligação pela ponte da Balsa. Dando início o parcelamento de terras e, consequentemente aumento de chácaras, bem como a expansão urbana de Limeira a partir da implantação do bairro Lagoa Nova cujo traçado da estrada, desde a ponte da Balsa, tem seu destino, aumentou o número de moradores e usuários que utilizam esse trajeto para chegar em suas casas e locais de trabalho.

A Estrada da Balsa é formada pelas estradas municipais Lim 378, Lim 159 e Lim 156, seu pavimento é todo de terra e tem um trânsito intenso de veículos pois, é via de interligação entre Limeira e Americana. Os moradores e usuários estão solicitando providências de manutenção junto a Prefeitura de Limeira devido as condições dessas vias estarem precárias. 

Lim 482

A via Lim 482, nas proximidades da Estrada da Balsa, encontra-se intransitável devido a uma erosão de grande proporção. Marcelo Ciuldin, comerciante e morador da Estrada da Balsa estava em apoio aos seus vizinhos relatando sobre o estado atual da estrada rural Lim 482. Ele relata; “a gente tá aqui mostrando a Lim 482, essa estrada acabou deteriorando devido à chuva e a gente já pediu a manutenção dela um tempo atrás, porém, não foi feita. Podemos ver que a cratera está bem grande e agora, no período escolar, tem famílias aqui que vão passar um apurado por causa disso, vão ter que andar mais para levar as crianças até onde o ônibus está passando. Poderia estar passando na porta”, detalhou.

Marcelo Ciuldin, comerciante e morador da Estrada da Balsa (foto:jornal pires rural)

Fabiana Cristina Dalfré mora nas proximidades da Lim 482 e está prevendo dificuldades para encaminhar suas filhas até a escola. “A dificuldade que eu estou passando, antes a gente não passava. Eu tenho três meninas que estudam e dependemos dessa estrada para ser mais fácil. Eu também tenho o meu trabalho e a minha pequena que vai na escola do (bairro do) Tatu, está com problema de ter alguns alimentos que ela não pode comer na escola, ela tá fazendo um tratamento, a médica, até mesmo, escreveu uma carta e levei na escola.

Fabiana Cristina Dalfré, moradora (foto:jornal pires rural)

O motorista do ônibus, passa na hora do almoço, falou que poderia vir buscar a marmitinha dela pra entregar na escola mas, agora devido a esse caminho, do jeito que ficou essa estrada, eu não sei nem o que eu vou fazer. Como é que eu vou mandar um alimento para ela se não tem nem como chegarem aqui para pegar as crianças? Por ela ficar o dia inteiro na escola eu não sei nem como vou fazer. Mandar um alimento às 6 horas da manhã? Eu assim, agora, estou achando muito difícil e estou muito preocupada, a minha menina não come e nem pode comer alguns alimentos lá na escola. O ônibus antes, era tão fácil, chegava na porta da minha casa. Qualquer hora, eu estou para ser chamada para o meu trabalho, eu não vou poder trabalhar sossegada. Essa estrada nunca ficou assim desse jeito, nós estamos nessa situação e, eu mais ainda por ser pai e mãe estou mais preocupada”, Fabiana relatou.

Valmir do Amaral Duca cobrou empenho do poder público em atender as solicitações dos moradores, “nós, moradores aqui dessa comunidade, fazíamos a manutenção por conta própria. Aqui a prefeitura nunca vem ajudar mas, agora não tem mais condições. Precisamos aí, da Prefeitura para poder estar fazendo alguma coisa para nós. Precisamos mesmo, viu Secretaria de obras! Os vereadores aqui do município aí estão fazendo sempre umas indicações mas, precisa fazer um trabalho mais efetivo aqui pra gente, porque a nossa situação tá um tanto difícil”, asseverou.

Valmir do Amaral Duca, morador (foto:jornal pires rural)

Nascente

Por conta da erosão, as águas pluviais começaram a invadir o pasto levando pedras e sedimentos, atingindo as nascentes de água (foto:jornal pires rural)

O moradora Fabiana ainda revelou que as águas pluviais desviadas por conta da erosão na estrada começaram a invadir as nascentes de água que ela usa para abastecimento de sua residência, “está prejudicando até a nossa mina porque a água dessa enxurrada leva as pedras, também prejudica o pasto que tem gado e, está descendo e caindo lá embaixo onde tem nascentes da água. Acontece que a gente tem que ficar limpando, até esses dias fui abrir a torneira da minha casa, a água estava com cor amarelado. Está prejudicando todos nós”, lamentou.

Ademar Aparecido Soares, morador (foto:jornal pires rural)

Outro pedido dos moradores é a manutenção completa da estrada da Balsa que inclui a parte da Lim 378, trecho mais deteriorado, com muitos buracos, trechos com poças d’água e valas laterais em estagio inicial de erosão. O morador Ademar Aparecido Soares descreve seu apelo, “nós estamos aqui na Lim 378 e, nós convidamos a reportagem para ver se a gente consegue uma manutenção para essa estrada. Ela está intransitável, um problema muito sério, estamos sofrendo desgaste de carro, estamos com muitos problemas e estamos pedindo a ajuda da Prefeitura para arrumar isso aqui. A Lim 378 é um pedaço da Estrada da Balsa, que consiste em três Lim 156, 159 e Lim 378, que é a Estrada da Balsa tão famosa e tão útil. Usada pelos motivos de trânsito para o frigorífico, para a fábrica de adubo, para o engenho então, os moradores precisam dessa estrada regularizada, acertada, porque não dá para trabalhar assim, não dá para viver nessa situação da precariedade da estrada”,  desabafou.

Graziele Clok, moradora (foto:jornal pires rural)

Em seu relato a moradora Graziele Clok, diz “hoje, eu já não consigo mais estar indo e voltando da cidade várias vezes ao dia, conforme fazia antigamente. Eu tenho vários compromissos, duas vezes na semana eu ajudo minha irmã levando meu sobrinho autista na terapia, eu tenho filho em idade escolar, eu trabalho, então, eu pego essa estrada três, quatro vezes ao dia. Com a precariedade, a situação que ela está no momento, eu preciso sair de madrugada, levo roupa, levo o material de trabalho, levo tudo, para só voltar à noite. Eu não consigo mais ir e voltar, eu preciso ir de madrugada e voltar à noite por conta da situação da estrada”, detalhou Graziele.

O turista Anderson, ciclista de Americana (SP): “a gente sempre faz pedal nessa estrada e tem lugar esburacado, de trecho estreito quando vem carro dos dois lados, fica apertado para os ciclistas” (foto:jornal pires rural)

Nota da Prefeitura Municipal de Limeira 

Entramos em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura que enviou imagens (abaixo) e a seguinte nota: “As fotos são da LIM-482, de 31/01/2023, que ilustra a tentativa de iniciar a recuperação da estrada porém o excesso de umidade não permitiu, razão pela qual interditamos a estrada”.

(foto:pml)

“Com relação à Estrada da Balsa (LIM-159, LIM-156 e LIM-378) está em boas condições de uso apesar das chuvas, pois, realizamos intervenções pontuais para manter toda estrada de cerca de 9 km totalmente transitável”.

(foto:pml)

“Informo que depois da última quarta-feira (1) ainda não conseguimos fazer a manutenção que requer alguns dias sem chuva. Na semana que passou demos prioridade para as estradas que circulam ônibus escolares, pois, as aulas começaram hoje. Como vê hoje (06/01), está chovendo”.

(foto:pml)

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