As comemorações em louvor a São Francisco de Assis e ao septuagésimo aniversário da Comunidade do bairro rural dos Frades, em Limeira (SP), teve a celebração do Tríduo em louvor a São Francisco pelo Pe. Alquermes Valvasori e a esperada tradicional quermesse com shows. No dia 4 de outubro houve a procissão e a missa. 

São Francisco de Assis nasceu na cidade de Assis, Itália, em 1182. Ele era filho de Bernardone, um rico comerciante, e Pia, de família nobre da Provença. A vida de São Francisco foi tema da homilia pelo Pe. Alquermes Valvasori. Acompanhe na íntegra.

“Quando nasceu Francisco o pai quiz colocar o nome de Francês. A mãe falou ‘não. Francês é quem nasce na França. Ele nasceu aqui em Assis’. Então, vamos chamá-lo de Francisco. 

Ele, desde jovem, tinha um grande amor às pessoas que não tinham as posses que ele tinha. Muito piedoso. Frequentava a igreja que estava a meio caminho de Assis – que está ao alto – em baixo era um pântano onde se criavam porcos. E, no meio do caminho a igreja de São Damião – uma igreja menor, essa nossa Capela – e tinha lá um grande crucifixo que virou franciscano e, Francisco sempre ia rezar lá. Ele participava ali das missas e fazia as suas orações. 

E uma vez (pulando já bastante a história), ele queria se dedicar inteiramente aos necessitados, aos pobres, e havia muitas guerras na época, muitas famílias ficavam ou com uma mãe viúva ou um pai viúvo; e ele fala isso para o seu pai, que ele queria ajudar mais os pobres. 

O pai não se conformava porque o pai queria passar para ele a sua herança, o seu comércio. Então, o pai o expulsa de casa. Em praça pública, o que Francisco fez? Não teve vergonha não. Tirou toda a roupa e entregou ao pai. E foi buscar o seu caminho. 

E a partir daí, ele se vestia com trapos e roupas doadas, isso chamou a atenção de outros jovens  que foram se achegando a ele, alguns amigos dele. Por isso, aquele grupo de maltrapilhos vai começar a crescer. Quando estava no número de doze ele seguiu o Evangelho, isso era a regra deles. Ele pensou em ampliar muito, estender para todo o mundo, pra isso ele tinha que ter uma regra, um documento, e quem aprovava era o Papa. 

Esse jovem Francisco não pensou duas vezes, juntou os seus amigos e foram à Roma. Chegaram e mandaram dizer ao Papa Inocêncio III que ele queria falar com o Papa. Os cardeais deram risada dele, ‘esse grupo de mendigos querem falar com o Papa? Nunca aconteceu isso’. 

Como ele não teve a resposta, resolveram acampar ali em frente, na rua, onde hoje é a Basílica. Ficaram acampados. Até que foram dizer ao Papa: ‘eles não vão embora não. Eles querem falar com a Sua Santidade’. O Papa manda chamá-los. 

Eles entraram admirando toda aquela grandiosidade, riqueza, e ficaram bem distante do Papa. Mas antes, o Papa tinha se informado de quem era aquele jovem Francisco – quem era? 

Então, o Papa desce do seu trono, tira a mitra papal, vai até Francisco, ele e amigos e se ajoelham. Francisco pede uma graça, que o Papa aprovasse a regra deles que era fundamentada toda nos Evangelhos. O Papa não queria. Aprovou. Eles voltaram felizes. 

Mas antes disso, tem uma passagem de quando eles se reuniram nas primeiras vezes, eles iam nessa igrejinha de São Damião para rezar e, depois de uma missa, Francisco ouviu uma voz; ‘Francisco, reforme a minha igreja’. Ele pensou que fosse essa capelinha que estava abandonada no meio daquele pântano onde se criavam porcos. Ele com os amigos começaram reformar aquela capelinha com todo amor, com todo gosto. E, o terreno pertencia aos monges beneditinos que ao verem isso, o fervor deles, a vontade deles, deu para eles aquele terreno todo, aquela capelinha. 

E aí, Francisco terminou, os seus amigos foram para a igreja de São Damião e falou com Deus, ‘olha, já reformamos a igreja’. Passou um tempinho, ele ouviu a voz: ‘mas não é essa a igreja que eu quero que reforma’. Não era aquela igreja. Era a igreja viva. 

E, como a nossa igreja passava por momento difícil, muita gente abandonando a fé, Deus pediu a Francisco que fizesse essa reforma. Por isso ele começa a caminhar a esmo, por todo lado, pregando o Evangelho, mostrando o caminho da humildade. É assim ele foi se tornando muito conhecido. 

Lá no final da vida ficou muito doente, ele viveu pouco, nasceu em 1182 e morreu em 1226 com 38 anos. E, já no fim da vida, ele ficou muito doente, ele não se tratava muito, ele caminhava, pregava aqui, pregava ali, fazia penitência de um mês. Aí, numa dessas penitências ele recebeu os estigmas que um dos seus colegas frades viu que ele estava sangrando, pensou que ele havia se machucado. Não. As mãos e os pés vertendo sangue, ele tinha recebido as estigmas, os sinais de Jesus Cristo. 

Já no final da sua vida ele fica cego. E, no lugar de brigar com Deus, que ele tinha servido sempre a Deus, o que ele faz? Ele canta tudo aquilo que ele tinha visto, o ,’Cântico das criaturas’. Ele vai compor isso, dentre tantas outras cartas. Ele ficou nesse pequeno convento ao lado dessa igrejinha, conhecido como Convento Porciúncula – até hoje, ainda é conhecido assim aquele espaço. 

Hoje, quem vai a Assis, construíram uma grande basílica, onde o entorno dessa igrejinha está ali. Que foi reformada por Francisco. Ele vendo e percebendo que a morte estava chegando, ele pede para chamar o superior daquele Convento e pede uma graça. A graça de que colocasse ele nu sobre a terra porque ele queria voltar do mesmo modo que ele chegou. 

E para os seus amigos frades ele pede que eles rezem o salmo 142 enquanto ele se despedia desse mundo. Ele morre. E, nesse lugar, hoje, quem vai até lá, vai ver uma parede, parece um quadro de vidro, tem o cordão, o símbolo e as sandálias estão ali. 

E o seu hábito está na parte de cima, lá em Assis. Em Assis, também colocaram um quadro ao seu lado, é o que ele tinha. 

Vocês sabem que uma garota se apaixona pela vida desse grupo, foge de casa pra ficar vivendo com esse grupo. Só que a família de Clara era muito rica. 

Em Assis, lá no alto tem uma praça, um chafariz e alguns casarões, um deles era dos pais de Clara, e do lado uma portinha por onde tiravam o lixo. Quando Clara se declara aos pais que ela quer seguir o mesmo caminho daqueles jovens, os seus pais expulsam ela pela porta de saída – é  a nossa Santa Clara. 

E, os dois, então, difundiram o Evangelho de Jesus Cristo, primeiramente através do exemplo da vida, o seu modo de ser. 

E hoje, quem vai a Assis, tem lá essa igrejinha que Francisco reformou dentro de uma grande igreja e subindo, lá no alto, na cidade de Assis, não mudou quase nada, eles mantêm a cidade medieval murada. Ali também tem a basílica de São Francisco. A primeira igreja foi construída por volta do ano de 300, sobre essa foi construída outra por volta de 1.700, e no subsolo, a cripta onde estão os restos mortais de Francisco. E, você entra ali, é silêncio. Não tem uma flor. Não tem música. Não tem nada. Só os bancos para você fazer a sua oração. Alimenta os restos mortais de Francisco. Teria ainda muita coisa pra falar dele, seus ensinamentos, a sua vida, a sua dedicação. 

Hoje, estamos tendo essa oportunidade de rezar esse grande santo. Por isso, em minhas orações eu estou pedindo por cada um de vocês, pelas suas famílias, por esta comunidade que possa realmente seguir os passos de Francisco. Seguir os seus ensinamentos. Leiam a biografia, leiam e vejam quanta lição importante desse santo humilde e manso homem”.

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