A Embrapa esteve presente na Hortitec 2018. Neste ano, trouxe dentre outros a mandioquinha-salsa, quem nos apresentou as cultivares foi Antônio César Bortoletto, engenheiro agrônomo, da Embrapa Produtos e Mercado. As cultivares BRS Rubia 41, BRS Catarina 64 e BRS Carijó 56 se apresentam como alternativas de materiais genéticos para diversificar as lavouras que, atualmente dependem de uma única variedade.

Mandioquinha-salsa

“Estamos apresentando quatro tecnologias de mandioquinha-salsa, dentre essas tecnologias três, já são lançadas inclusive, uma delas é a mais plantada em todo o país. Mais de 95% da área plantada no Brasil é dessa mandioquinha-salsa da Embrapa, chamada ‘Amarela de Senador Amaral’, explicou Bortoletto. 

Senador Amaral é uma cidade do estado de Minhas Gerais de altitude bastante elevada (1.505 m) em sua sede, ou seja, onde a prefeitura da cidade está situada. É também uma das cidades mais frias de Minas Gerais. Sendo superada pelos 1.628 m de altitude da cidade paulista de Campos do Jordão. “A mandioquinha-salsa produz em regiões de temperatura amena e altitude mínima de 1.000 m. Na região sul do país pode ser até 700 m por causa da temperatura fria. Temperaturas muito baixas não são indicadas porque esse ano já teve geada precoce no país e já perdemos toda a plantação de mandioquinha”, revelou Bortoletto.

A Embrapa trouxe mais dois lançamentos, de dois anos atrás, chamado BRS Catarina 64 e BRS Rubia 41. “São essas variedades que estamos trabalhando especificamente aqui, porque já são lançadas. E temos também um clone que deverá ser lançado em breve provavelmente até o final do ano, vai chamar BRS Carijó 56, essa é muito mais produtiva do que todas as outras que apresentei. A BRS Carijó 56 é mais precoce e também pela produtividade porque, pelo vigor dela não permite a propagação de pragas e doenças. Se plantarmos em condições iguais e colhermos raizes de tamanhos iguais, chega a ser 1 a 2 meses mais rápido que as outras (pra colher raízes do mesmo tamanho). Se quiser colher raízes imensas espera-se mais tempo. As variedades se apresentam como alternativas de materiais genéticos para diversificar as lavouras que, atualmente, dependem de uma única variedade”, analisou Bortoletto.

Bortoletto apresentou a batata que está sendo posicionada pra plantio orgânico, do primeiro produtor de batata-semente orgânica oficial em Joanópolis, SP, registrado no Ministério da Agricultura, o primeiro do Brasil, o produtor Jesuíno dos Santos. “É um dos poucos do mundo. Deve estar com lavouras novas e colhidas há poucos dias atrás. O produtor planta variedades de batatas orgânicas mas,  só conseguiu fazer sementes da BRSC lara porque a maior dificuldade no sucesso da produção é a requeima e a variedade BRS Clara é bem resistente a essa doença –  problema sério da batata difícil de combater”, orientou Bortoletto. 

Segundo Bortoletto, os produtores conseguem produzir batata orgânicas mas, a produção de semente orgânica têm a exigência de uma sanidade muito diferenciada da batata de consumo. 

“Alguns problemas que a batata de consumo pode ter, a batata de semente tem tolerância zero. Se tiver uma ocorrência da requeima no campo perde a produção do campo todo. Porque aquela bactéria que causou aquele tipo de problema não faz mal para a saúde do ser humano e os tubérculos das plantas que sofreram, simplesmente vão apodrecer e não será comercializado. Mas a bactéria é tão séria e problemática que o campo todo é condenado. Essa requeima é um fungo de parte aérea e se passar de 2%, se não conseguir controlar, condena a produção do campo todo. Então, a sanidade da semente tem que ser muito superior à batata que é produzido para consumo”, explicou Bortoletto.

As outras variedades são tão sucetíveis a essa doença que é necessário aplicar constantemente fungicidas e daí deixa de ser orgânicas. Essa variedade de batata orgânica é bastante cultivada no Paraná, entorno de Curitiba mas, não tem sementes. O Ministério da Agricultura exige a certificação orgânica que a semente seja orgânica mas, pra batata estão tolerando porque ainda não tem. Quando o produtor Jesuíno dos Santos começar a vender as sementes orgânicas, vai pressionar o Ministério da Agricultura a exigência do plantio de sementes orgânicas para se obter batatas orgânicas. Somos pioneiros com sementes orgânicas de batata, o primeiro do Brasil é um dos poucos no mundo”, concluiu Bortoletto.

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